segunda-feira, 5 de abril de 2010

Cristo... homem de dores, de dores como as nossas!

(Isaías 53:3) - Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

Gostaria de trabalhar esta noite apenas com a Expressão “homem de dores”.
Esta é a dor mais ouvida de Jesus... a dor de sua morte.
Hoje não quero falar da dor da Cruz de Cristo, Ele a sofreu, Ele já pagou, Ele já a distanciou de nós. Quero falar das dores de Jesus que estão mais próximas de mim e de você, das dores de Jesus que fazem parte do nosso dia-a-dia.

O Homem de dores, como narra o texto que lemos conhece cada uma de nossas dores, por ter passado por todas elas estando ainda aqui, antes da dor da Cruz, como o Homem Jesus Cristo.

Dentre as muitas destaco 3 a partir do Texto de Lucas 22
1° Dor da angústia. V. 43-44 E apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia. E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.


O homem de dores, conhecia a angústia humana.
Jesus conviveu com a angústia desde menino, era de um povo escravizado pelo império Romano, era filho de um carpinteiro pobre de Nazaré.Nazaré que era a periferia da periferia de Jerusalém.
Jesus e sua família fugiram para o Egito para que ele não morresse. Jesus percebeu a angústia de um noivo que via sua festa acabar.
De um cego que precisava ver. De uma mãe que queria a libertação de seu filho.
De um paralítico que precisava ser curado. De uma mulher que seria apedrejada por pecadores iguais. De uma outra sedenta que precisa ter sua alma saciada pela fonte da água da vida.
De duas irmãs que enterraram o irmão amado. De um pescador que o negara, de um amigo que o trairia, de uma mãe que perdia um filho numa cruz de forma brutal.
Jesus via a angústia da fome, da miséria, da tristeza, da maldade, Jesus chorou diante da morte de um amigo.
Jesus assim como no passado não está inerte a suas dores hoje também.
Todas as suas angústias são sentidas por Jesus, Ele as conhece na carne.
Jesus nos ensina neste texto de Lucas a passar nossas angústias junto ao Senhor.
Precisamos colocar nossas angústias diante de Deus, você pode pedir ao Senhor para afastar o cálice sem que você precise beber, mas também tem a obrigação de finalizar a oração dizendo “Não seja como eu quero mas como tu queres”.
Qual é a angústia do seu coração? Quais as dificuldades que o fazem chorar, suar, sangrar pelos poros?

2° Dor de Jesus que nos é comum é a dor das perguntas sem respostas. “Deus meu porque me desamparaste? (Narrativa encontrada em Mat. 27,46 e Jo. 15,34)
Jesus estava no pior dia de sua vida, Ele já tinha passado por poucas e péssimas naquelas últimas 24hrs.
Toda a dor física, todo o sofrimento emocional, viu um amigo o negando, outro o traindo, o povo que uma semana antes balançavam seus ramos em sua magnífica entrada em Jerusalém agora o condenara a morte.
O povo que ele curou, amou, matou a fome, sarou as feridas do corpo e da alma gritava o humilhando e o desafiando a descer da Cruz.
Ele estava abandonado por todos, até o ladrão que estava sob mesma condenação que ELE o instigava, o diabo sussurrava em seus ouvidos doces e tentadoras palavras... desce da cruz.. não adianta nada, as pessoas não darão valor ao seu sacrifício, eles não merecem tanta dor...
Chame os anjos, volte para a sua glória, faça uma festa de retorno no céu, Teu pai o receberá de volta com todo o amor que vocês sempre tiveram...
Jesus resiste a tudo isso, de repente, ele sente o pior de todos os abandonos ele sente pela primeira vez em sua vida a distância de Deus.
Deus se distância de Jesus, sua Santidade não podia transigir com o pecado de toda a humanidade que recaia sobre sues ombros.
Não tinha mais o anjo que o confortasse, não tinha mais o povo que o aclamasse, não tinha mais o doce colo de sua mãe, só havia agora dois ladrões, uma cruz pesada e dolorida e um vazio profundo causado pela ausência de Deus. Ele no auge de seu desespero pergunta: “Deus por que me desamparaste?”
Ah meus irmãos... quantas vezes as circunstâncias da vida nos fazem sentir totalmente abandonados, sozinhos, desamparados.
Quantas vezes o que vemos é só a nossa dor, a dor de nossos queridos, a dor da doença, da morte, da solidão, da injustiça...
Fazemos perguntas, questionamos ao Senhor, gritamos por socorro e é como se absolutamente ninguém estivesse nos escutando. Jó certa vez disse – que saudade do tempo em que em que Deus me guardava! - Quando fazia resplandecer a sua lâmpada sobre a minha cabeça e quando eu pela sua luz caminhava pelas trevas. - Como fui nos dias da minha mocidade, quando o segredo de Deus estava sobre a minha tenda;- Quando o Todo-Poderoso ainda estava comigo, e os meus filhos em redor de mim. - Quando lavava os meus passos na manteiga, e da rocha me corriam ribeiros de azeite;
Sentimo-nos abandonados, como se Deus estivesse muito longe de nós.
Mas foi exatamente para o contrário que Cristo morreu, Ele morreu para nos dar acesso a Deus, para fazer de Deus um Deus pessoal, de livre acesso, para tornara Deus o Pai, que jamais nos abandonará, o abandono de Jesus foi para nos dar eternamente a companhia de Deus.
A solidão de Jesus, foi para nos dar a presença eterna não de um Deus distante ou amedrontador, mas para trazer a nós o Abba, o nosso paizinho que nos ama com um amor incondicional.
Jesus era um homem de dores, como nós somos pessoas de dores, sentimos dores o tempo inteiro, mas A GRANDE SACADA DA VIDA É QUE NÃO IMPORTA O QUE AS DORES FAZEM CONOSCO... MAS O QUE NÓS FAZEMOS COM AS NOSSAS DORES...

3° Dor que Jesus sofreu, foi a dor da morte no último segundo de sua vida... Jesus entrega a Deus o Seu espírito.
Jesus Viveu o auge da angustia, o auge da tristeza, o auge do abandono, mas ainda assim, Ele entrega o Seu espírito nas mãos do Senhor, Ele sabia que Deus se importava com Ele, que Ele pertencia a Deus, que Seu espírito só estaria seguro com O Senhor.
Amados as nossas dores podem nos fazer chorar, podem nos angustiar, podem nos fazer até nos sentirmos sós por algum momento, mas as nossas dores não podem tirar dos nossos lábios orações como as de Jó - Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. (Jó 19-25)
E como as de Jesus, Pai em tuas mãos, somente em suas mãos meu espírito pode estar seguro, mesmo suportando o peso de seu frágil corpo, suportando a dor da Cruz, suportando os pecados de toda a humanidade Jesus pode olhar para Deus e ter paz para morrer. Logo após esta oração diz o texto bíblico Ele expirou.
Todas as circunstâncias eram contrárias a Jesus mas olhou para além delas e viu acima de todas as coisas um Deus vivo, Santo, Justo e verdadeiro o qual ele obedeceu até a morte e morte de Cruz...
Um dos mais belos hinos do Cantor Cristão é o 398, que tem por título: “Sou feliz”. Pode parecer que o autor desse hino estava no auge de sua felicidade para dar esse título a ele. Mas não estava.
Eis a verdadeira história:
Horatio Gates Spafford. Em 1861, casou-se com uma jovem chamada Anna. Em 1870, Horatio e Anna Spafford já tinham um filho (chamado Horatio) e 3 filhas (chamadas Annie, Maggie e Bessie)Mais tarde teria outra filha chamada Tanetta.Neste mesmo ano, 1870, seu filho de apenas quatro anos, morreu em conseqüência de uma febre muito forte e a família Spafford sofreu seu primeiro impacto. No dia 9 de outubro de 1871 aconteceu um dos maiores incêndios da história dos EUA. Este incêndio matou cerca de 250 pessoas e deixando quase 90.000 pessoas desabrigadas. Horatio teve uma grande perda financeira por causa do incêndio , mesmo assim, ele e sua esposa trabalharam intensamente durante dois anos ajudando as vítimas a reestruturarem suas vidas.
Horatio e sua esposa decidiram ir até a Europa, onde iriam encontrar o Moody em uma de suas cruzadas evangelísticas.Toda família viajou para Nova York para então pegar o navio. Mas um compromisso no último momento o impediu de viajar. Então ele enviou sua esposa e suas quatro filhas na frente, no navio S.S. Ville du Havre.
Ele iria encontrá-las assim que pudesse. Então no final de novembro de 1873 o navio partiu para a Europa com Anna, as quatro filhas do casal e mais aproximadamente 310 passageiros.
Então aconteceu uma tragédia... Na madrugada de 22 de novembro de 1873, no Atlântico norte, o navio em que a família de Horatio estava se chocou com outro navio Inglês e naufragou em apenas 12 min. 226 pessoas morreram aquele dia e entre elas as 4 filhas de Horátio, somente 90 pessoas sobreviveram ao frio intenso do Oceano, entre elas a sua esposa Anna Spfford. Logo que chegou a um lugar seguro, após ter sido resgatada, Anna enviou um bilhete, no dia um de dezembro de 1873, para seu marido com uma triste mensagem “salva, porém só”. Imediatamente Horatio pegou um navio e foi ao encontro de sua esposa... Em um momento de sua viagem, Spafford foi avisado que estava passando perto do local onde suas filhas haviam morrido no acidente, e se sentiu profundamente comovido...

... Ele então voltou para sua cabine e começou a escrever: “Se paz a mais doce me deres gozar/ Se dor a mais forte sofrer/ Oh seja o que for, Tu me fazes saber/ Que feliz com Jesus sempre sou”.Este belo hino foi escrito em um momento de muita dor. Mas ao mesmo tempo em um momento em que ele pôde sentir o conforto da paz que está acima de todo o entendimento humano, que só Cristo pode dar.

Qual é a sua dor? Qual a razão do seu sofrimento... Seja o que for, você precisa saber que só é possível ser feliz com Jesus nosso Senhor...

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